quinta-feira, 22 de março de 2012

Capitulo 1 - Como tudo começou


Edgar abre os olhos. O frio reinava no quarto grande e vazio dele. Edgar nunca gostou daquele quarto, desde que se mudou para ele quando completou dez anos. Não entendia essa regra idiota de que de dez em dez anos todos os moradores deveriam trocar de quarto. É como se fosse uma evolução. Mas particularmente, Edgar não viu evolução nenhuma mudar para aquele quarto.
Ele se levanta e pisa no chão de mármore com os pés descalços, do lado de sua cama, numa cômoda ele pega uma vela e acende para iluminar o quarto. As paredes do quarto eram feitas com grandes pedras de mármore sem serem lapidadas como o chão. Parecia estar numa caverna. Mas Edgar já estava acostumado. Era assim por todo o castelo de onde ele nunca saiu. Ele e ninguém dos mais de quinhentos moradores do castelo. 
Ele se encaminha para a janela de madeira fechada, e abre. A madeira era velha, e já estava quase podre, como a maioria dos moveis do castelo. Ele olha para o lado de fora.  
E vê... o roseiral.  
O castelo permanecia no meio. A grama verde e límpida circulava pelo castelo por uns quinze metros e logo aparecia o muro de roseiras. Roseiras que se mexiam como cobras, sem rosas nenhuma, que teciam um muro de mais de quatro metros de altura. Não ultrapassavam a parte da grama de forma alguma. Edgar não conseguia parar de olhar aquela roseira e imaginar se seu pai algum dia iria aparecer entre aquelas roseiras.
- Edgar! Sabe que horas são? – Edgar olha assustado para a porta. E vê sua mãe com seu olhar de reprovação. – Não sabe que amanhã você vai ter treino de ação?
- Mas mãe. Perdi o sono.
- Então venha aqui. Que vou lhe contar uma história. - Diz a mulher se sentando na cama dando espaço para o filho se deitar.
- Eu não estou grandinho demais para histórias?- Pergunta o filho de mais de quinze anos rindo. Mas aceitando a história.
- Mas essa eu sei que você gosta. É de como viemos para o castelo.
Essa história Edgar sabia de cor e salteada. Mas adorava ouvir a mãe contando.
- Então conta.
- Muito bem. A muitos anos atrás, o Castelo das Rosas não era cercado pelo muro de roseiras. Existia varias casas pequenas no lugar da floresta. Era uma cidade, cidade Roseiral. Tinha esse nome porque a cidade era famosas pela vendas de rosas. Mas elas eram pequenas e inocentes.
Os seus maiores vendedores era um casal muito apaixonado que vivia na cidade. Rosa e Rey. Eles eram felizes até a chegada de Everon. Um viajante charmoso que resolveu se hospedar na casa vizinha da de Rosa e Rey. Os vizinhos falavam demais. E a fofoca começou a viajar por todo o vilarejo chegando ao ouvidos de Rey. Logo o ciumes tomou conta do casamento. E Rey começou a ficar furioso de raiva. Num dia infeliz Everon resolveu elogiar Rosa na frente de Rey. 
- Que sorriso mais lindo você tem. 
Naquela noite Rey acordou na madrugada. Foi a hospedaria e matou Everon. Voltou para sua casa e matou Rosa da forma mais cruel possível. A decapitando pela boca. E logo se matou. 
O casal e o infeliz viajante foram enterrados no roseiral da cidade, que alguns amigos e vizinhos passaram a cuidar. Mas não cuidavam tão bem como o casal falecido. E estranhamente nenhuma rosa nascia mais. Existia apenas os espinhos. Porém a roseira começou a crescer desmedidamente. No quintal do casal passou a virar uma pequena floresta. Que era point dos apaixonados. Mas logo a história passou a ficar mais assustadora. Pois casais passaram a uma mulher ruiva, com lenço tapando a boca e pingando sangue.  Era Rosa. 
Até ai tudo estava bem. Era só mais um conto de terror.  Mas logo casais começaram a aparecer mortos no meio do roseiral. E a cada corpo morto naquele terreno faziam o roseiral crescer mais e mais. Até que numa noite. As roseiras tomaram vida. E crescendo como se fossem cobras ferozes tomaram conta das casas dos vizinhos, matando e enchendo as casas. Em três dias tudo estava destruído na cidade.
O rei e a rainha, com medo das roseiras tomarem o castelo. Mandou um mago proteger a casa. Meuquior fez o feitiço. O rei a rainha com dó do povo deixou que entrassem no castelo, já que era impossível viver em meio a floresta da roseira. Mas logo a floresta foi preenchendo todo canto ao redor do castelo. Ficando quase impossível sair do castelo. Várias pessoas tentavam sair do castelo, e da floresta. Mas ela nunca terminava. Vários homens armaram planos mirabolantes para tentar escapar da floresta. Mas nunca se achou a saída. Estamos cercados até hoje pela floresta de roseira. De ano em ano, mandamos um grupo treinado desde crianças a entrar dentro da floresta para buscar comida, e água.
Vivemos aqui a mais de cinco décadas. Muitos que voltam vivos com comida e água contam que vêem o fantasma de Rosa, Rey e Everon, e vários outros da antiga cidade. Dizem que nem as almas conseguem escapar da floresta de roseira.
- Mãe. Por isso que todas as crianças do castelo são treinadas. Para quando forem adultas entrarem na floresta, para pegar mantimentos.
- Sim. Acabamos virando uma comunidade dentro do castelo. Um comunidade organizada, onde as crianças vão desde de cedo ensinadas a como sobreviver na floresta. Quando ficam com dezoito anos vão para floresta. E se voltarem com vida, os pais ensinam a profissão que desempenham aqui no castelo. Eu no caso sou cientista. E você também será depois que sair do roseiral.